Exótica, muito exótica.
Tem desertos, oásis, cidadezinhas com casas brancas de portas e janelas azuis, cidades com muralhas árabes de mais de mil anos, metrópoles com mesquitas gigantescas, ruinas gregas, romanas, púnicas, fenícias, berberes...

Tem história, tem arquitetura, religião, e como se precisasse, ainda tem o mediterrâneo verde-turquesa te convidando pra um banho.
Quando escolhi a Tunísia como destino o fiz por causa do projeto interessantíssimo que tinha encontrado aqui: trabalhar no pós-revolução, dando aulas para a população sobre democracia, direitos humanos, civis e por ai vai.
Nem tudo saiu como planejado, mas ao menos conheci um lugar fascinante. Tão fascinante que George Lucas o escolheu pra gravar várias cenas de Guerra nas Estrelas.
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Planet Tatooine? Not, it's Tunisia, babe |
Duas semanas atrás resolvi sair da capital, Túnis, onde moro há um mes, pra dar uma volta pelo centro do país.
Pensei que fosse ver camelos e palmeiras em seu habitat natural, mas como disse, a Tunísia é exótica demais pra oferecer só isso.
Comecei a viagem por Cartago, que já tinha visitado, mas resolvi voltar porque fiquei sabendo que há mais ruínas por lá do que eu imaginava. Como imaginei, não encontre nada mais supreendente que as Termas de Antonino.
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Ruínas de um anfiteatro romano em Cartago. Reformado, ainda hoje é utilizado para shows, peças, e até para um festival de cinema |
De lá, passei pelo balneário de Nabeul e por Hammameth, famosos entre os Europeus por suas águas mornas, cristalinas e pelos preços - irrisórios.
A 120 kilômetros depois, cheguei em Kairouan. A cidade foi capital da Tunísia até 1159 (não, você não leu errado, é 1159 mesmo), e era um ponto seguro para os Árabes que viajavam do mar em direção ao deserto. Em uma região então dominada por romanos e berberes, a cidade fica a exatamente um dia de caminhada do Mediterrâneo, e por ali os viajantes podiam descansar em segurança. Rodeada por muralhas sólidas, com trechos ainda de pé, em Kairouan são encontradas algumas pérolas: La Grande Mosquée, a primeira mesquita construída em todo o norte da África, as bacias Aghlabid, mausoléus de profetas muçulmanos...
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Um dos mausoléus em Kairouan |
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Parte da antiga muralha |
Uma pena a mesquita estar fechada - visitas de turistas, em qualquer mesquita, só até as 14 horas. Depois disso, só para fiéis.
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La Grande Mosquée (por fora) |
Saindo de Kairouan, fui pra Tozeur, uma cidade com 30 mil habitantes construída no meio de um gigantesco oásis. Fiquei por lá uma única noite, e não priorizei a cidade: nos arredores são encontradas os pontos mais interessantes. Dentre eles destaco o lago salgado de Chot el Jerid (ou simplesmente "o lago salgado"), o oásis nas montanhas de As-Sabikah (ou simplesmente "o oasis nas montanhas"), os cânions (chega de nomes árabes) e cachoeiras.
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Em Chot el Jerid |
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Sol nascendo no Lago |
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Tamareira |
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Camelos selvagens |
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Oásis no meio das montanhas |
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Entendo George Lucas |
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Cachoeiras no meio do deserto |
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Ruínas + Cânions |
No hotel em Tozeur tive a curiosidade de perguntar sobre os arredores da cidade, foi onde consegui as dicas sobre todos esses lugares. O recepcionista me indicou também as ruinas romanas de Sbeïtla (esse nome tem até trema ¬¬). Não botei muita fé, mas resolvi passar por lá, e vejam só onde a galera dessa cidade de nome complicado passa suas tarde:
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This is Rome! |
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Tem como não se impressionar? |
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Arco de Trajano em Sbeïtla |
Saindo de Sbeïtla, finalmente (e infelizmente) voltei pra Tunis.
Semana que vem, minha última em solo tunisiense, devo ir conhecer o segundo maior Coliseu ainda de pé e mais algumas outras ruínas.
Stay tuned.